Luís Filipe Maria Fernando Gastão, conde d’Eu , foi um nobre francês, tendo sido conde d’Eu.
Gastão era neto do rei Luís Filipe I de França, tendo renunciado aos seus direitos à linha de sucessão ao trono francês em 1864, quando do seu casamento. Tornou-se príncipe imperial consorte do Brasil por seu casamento com a última princesa imperial de facto, D. Isabel Cristina Leopoldina de Bragança, filha do último imperador do Brasil, Dom Pedro II.

Apesar de decepção inicial em relação à beleza da esposa, Gastão viria a se apaixonar e amá-la até os últimos dias de vida, sentimento este correspondido por D. Isabel. Não sendo à toa que o relacionamento de ambos era pautado numa cumplicidade ainda incomum a época, como percebeu o médico particular do casal, Depaul, quando do nascimento do primeiro varão:

“Eu nunca vi um casal mais apaixonado e mais unido, eles se amam como se fossem bons burgueses. Ansioso, agitado, com suor frio na testa, o conde ia de um lado para o outro no cômodo contíguo ao quarto da esposa. Entrava a todo instante para lhe beijar a mão e recomendar que tivesse coragem, o que era desnecessário”.

O nascimento de D. Pedro de Alcântara em 15 de outubro de 1875 seria motivo de muita felicidade para o casal, que, depois de mais de dez anos de casamento, ainda não havia logrado conceber filhos. Serviu também para amenizar a dor pela perda da filha, D. Luísa Vitória, que falecera após complicações em seu parto em 28 de julho de 1874 e que Gastão viria a lamentar depois:

“Nossa filhinha nasceu na hora certa, perfeitamente desenvolvida, com uma grande quantidade de cabelos louros e cacheados, extraordinariamente compridos e densos”.

O conde d’Eu sempre agia com extrema paciência, amabilidade e determinação quanto a apoiar a esposa na profunda depressão que esta sofreu na gravidez do filho, pois possuía um verdadeiro pavor de perder outra criança. Ainda assim, apesar de um defeito no braço esquerdo, o bebê era bastante saudável e os pais o chamavam carinhosamente, mesmo ao tornar-se adolescente, de “Baby”. Em 26 de janeiro de 1878, nasceu o segundo varão do casal, que foi chamado de Luís. A felicidade do conde se tornou visível na carta que escreveu ao pai logo após o nascimento do filho:

“[…] e nós ficamos realmente felizes, gratos e alegres. Ter dois filhos sadios depois de tantos contratempos, que me fizeram perder a esperança de paternidade, ultrapassa o que eu me atrevia a esperar”.

O quarto e último filho a nascer seria Antônio, que viria a ser apelidado de “Totó” pela família. O parto ocorreu em 9 de agosto de 1881 em Paris, na França, onde o casal viveu por três anos e meio. O conde d’Eu era muito simples, e buscava imprimir nos filhos essa característica. Evitava eventos pomposos, típicos nas monarquias europeias de então, deixando claro em uma carta a completa aversão ao estilo de vida das nobrezas e realezas da Europa no período em que morou na França:

“Quando penso nessa estada em Paris e no modo estúpido e odioso como preenchemos a maior parte dela com futilidades, isso quase me reconcilia com a ideia de voltar ao Brasil”.

Faleceu quando voltava ao Brasil para celebrar o centenário da independência brasileira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, em 1922.